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Ferramenta de comunicação para socialização de experiências exitosas no programa GESTAR II. Onde professores formadores, cursistas e alunos poderão interagir. Compartilhando seus avanços e suas dificuldades no transcorrer do curso.
Gestar é um programa de formação continuada em serviço para professores de Português e Matemática que lecionam do 6º ao 9º ano do ensino fundamental.

domingo, 8 de novembro de 2009

LITERATURA DE CORDEL

Poesia popular característica do Nordeste


Literatura de Cordel é o nome dado às histórias do romanceiro popular do sertão Nordeste do Brasil (em especial Pernambuco, Paraíba e Ceará). A origem do nome "Literatura de Cordel" está em folhetos de impressão precária e expostos à venda pendurados em varais de barbante. O nome vem de Portugal, onde esse tipo de folheto de literatura popular também era produzido. Também eram encontrados em países como Espanha, França, Itália e Alemanha.

Esse tipo de folheto surgiu na
Idade Média, por volta dos séculos 11 e 12. Com a invenção da imprensa (1450), essa literatura que até então era oral e recitada por jograis e menestréis ambulantes, passou a ser vendida em folhetos de papel ordinário e preço barato. Surgia, assim, a literatura de folhetos.

Literatura de Cordel no Brasil

A literatura de cordel chegou ao Brasil com nossos colonizadores, instalando-se na Bahia e nos demais estados do Nordeste, onde encontrou um terreno fértil. Por volta de 1750, apareceram os primeiros poetas populares que narravam sagas em versos, visto que a maioria desse povo, sequer sabia ler e as histórias eram decoradas e recitadas nas feiras ou nas praças. Às vezes, acompanhadas por música de violas. Portanto, surgiu também no Brasil, como literatura oral, característica fundamental da cultura popular.

Enfim, foram esses cantadores do improviso, itinerantes, os precursores da literatura de cordel escrita. E verdadeiros repórteres, pois eram eles quem divulgavam as notícias nos lugares mais longínquos, especialmente, os acontecimentos históricos do Brasil, narrados em verso. O fenômeno só despertou o interesse dos estudiosos letrados em fins do século 19, começo do século 20. O poeta paraibano Leandro Gomes de Barros é considerado por esses pesquisadores, o primeiro a imprimir e vender seus versos, por volta de 1890.

Temas da Literatura de Cordel

Na riquíssima literatura de cordel nordestina há uma grande variedade de temas, tradicionais ou contemporâneos, que refletem a vivência popular, desde os problemas atuais até a conservação de narrativas inspiradas no imaginário ibérico (incluída aí a tradição que remonta a invasão da Península pelos mouros). Assim, não é difícil compreender histórias de cavaleiros medievais, nem um folheto como o "Romance do Pavão Misterioso", onde encontramos nítidas influências das celébres "Mil e Uma Noites".

Mas não há limite na escolha dos temas para a criação de um folheto, que tanto pode narrar os feitos de cangaceiros, as espertezas de heróis como
João Grilo e Pedro Malasartes ou uma história de amor, ou ainda acontecimentos importantes de interesse público, como o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954. Também são comuns os temas sobrenaturais, como a chegada de Lampião no Inferno ou a realização de profecias de Antônio Conselheiro. Com o advento dos meios de comunicação de massa, os astros da TV também passaram a aparecer como personagens de cordel.

Meios de comunicação de massa

Por outro lado, rádio e TV, com sua ação padronizadora, foram levando para o sertão os elementos mais característicos da cultura urbana e concorrendo com a literatura de cordel. Porém, se os folhetos hoje não fazem o mesmo sucesso que fizeram em outras épocas, eles ainda não desapareceram e são encontrados também nas comunidades nordestinas que habitam as grandes cidades brasileiras, como Rio e São Paulo.

Métrica e rima

Os folhetos de cordel brasileiros (também chamados "folhetos de feira"), com textos poeticamente estruturados, têm a sextilha (conjunto de seis versos) como estrofe básica, mas há também as septilhas, oitavas e as décimas (respectivamente sete, oito e dez versos, este último também chamado "martelo").

A métrica dos versos é em geral a redondilha maior, ou seja, os versos de sete sílabas, mas sem o rigor que vigora na poesia erudita. Finalmente, têm rimas e vocabulário simples, mas nem por isso perdem - antes ganham - em valor estético. Os folhetos são ilustrados principalmente com xilogravuras, ou seja, gravuras rústicas feitas a partir de entalhes em chapas de madeira. Um exemplo é a capa do "Romance do Pavão Misterioso" que ilustra este artigo.

Por fim, convém lembrar que há produções semelhantes em alguns países da América hispânica, como Argentina, Nicarágua, México, Colômbia, Chile e Venezuela. Todavia, nossos vizinhos denominam sua produção poética de
el corrido, e são sempre cantadas.

COMENTÁRIOS DA PROFESSORA FORMADORA TEREZINHA MELO


Através destas informações e as do TP3 formatei um slide sobre a literatura de cordel, bem como um slide com a música Pavão Misterioso do cantor e compositor Ednardo para que os professores cursistas apresentassem para seus alunos a poesia de cordel de maneira lúdica e prazerosa.

Confeccionei um cd para cada escola com professores matriculados no programa GESTAR II. Em seguida cada professor foi estimulado a criar o seu cordel e filmamos numa sala isolada cada professor interpretando a sua criação. Foi além de divertido muito proveitosa a elaboração da tarefa, pois cada mestre explorou o seu lado poético e observou a possibilidade de também instigar o seu aluno a fazer o mesmo. Soltar a imaginação, brincar com as palavras e acima de tudo escrever com significação, pois cada um possuía um interlocutor e uma finalidade.

Interlocutor: Os espectadores do DVD.

Finalidade: Elaboração do DVD da oficina 03 de Língua Portuguesa para posterior análise na oficina 04.

Foi entregue a cada escola um modelo elaborado no publisher para facilitar a confecção do cordel em sala de aula. Utilizando a técnica da dobradura.





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